Brasília não gosta de povo


Brasília é uma ilha da fantasia, onde fala-se em nome do "povo", mas não se deseja que o povo esteja presente em nenhum momento, salvo para aplaudir e apoiar as decisões majoritárias dos parlamentares.


Um grupo de homens brancos, em sua imensa maioria detentores de muitas posses, evita ao máximo um contato mais direto com o povo pobre e marginalizado deste país. Quando o povo ousa ensaiar qualquer tipo de contestação, as grades e os cassetetes são a resposta do parlamento.

Jamis permitiram, no que depender destes parlamentares, que qualquer mudança que busque ampliar a participação popular tenha sucesso, Manter os privilégios é o primeiro dos objetivos deste parlamento, não interessando a que custo.

A moralidade, tantas vezes evocada por estes "nobres" parlamentares, é uma mera peça de retórica vazia, desprovida de todo e qualquer sentido real. Ludibriar é uma prática corrente na tribuna.

Sem legitimidade e comandada por notórios corruptos, o parlamento brasileiro tem dado uma contribuição decisiva para o descrédito da política no Brasil e o esvaziamento das instâncias de representação.

Não é de se estranhar que em meio a toda a crise que está atolado, a única proposta concreta que tem ganhado força neste atual parlamento não irá provocar nenhuma mudança qualitativa, pelo contrário, estes senhores buscam na verdade ampliar o seu poder e reduzir a força do voto popular, através da proposta de implementação do Parlamentarismo no país.

Com o parlamentarismo, este inconveniente chamado povo será definitivamente retirado do caminho, podendo garantir o domínio pleno dos engravatados de Brasília sobre os destinos do país.

O povo será convidado a assistir tudo pelo lado de fora ou, quando muito, pelas lentes editadas da TV Câmara.

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