Qual será o pior
lugar do mundo para uma pessoa estar? Seguramente a prisão
norte-americana de Guantánamo figuraria nesta lista hipotética dos
piores lugares do mundo. Nenhuma pessoa em sã consciência gostaria
de passar uma hora sequer em seu interior. A prisão de Guantánamo
representa hoje uma das maiores infâmias a humanidade, que teima em escancarar
que o ideal de um mundo onde a barbárie e a arbitrariedade sejam
raras, sede espaço para sua institucionalização e perpetuação
pela nação atualmente mais poderosa do mundo.
O enclave colonial
dos EUA na ilha de Cuba, por si, já merece ser objeto de severas
críticas por sua condição ilegal, claramente violando a
soberania territorial de uma nação vizinha. Após a deflagração
da chamada “Guerra ao Terror” por George W. Bush, a base militar
na ilha cubana passou a abrigar centenas de prisioneiros suspeitos de
vinculação a rede terrorista Al Qaeda.
No auge da cruzada
antiterror, centenas foram detidos, sem julgamento ou qualquer
garantia aos direitos individuais consagrados nas convenções
internacionais. Quando vieram a público as denúncias do uso
sistemático de torturas, com os requintes de crueldade que chocaram a
todo o mundo, a imagem dos EUA sofreram um profundo abalo e
Guantánamo virou rapidamente um símbolo internacional de injustiça.
A frase escrita nas
placas postas em Guantánamo
soam como um deboche.
|
O cárcere de
Guantánamo representa, segundo palavras do próprio presidente Barack Obama,
a mais seria ameaça a credibilidade dos EUA como una democracia
defensora dos direitos humanos. Mesmo tendo assumido o compromisso de
fechar a prisão desde sua campanha pelo primeiro mandato, até o
momento não deixou o campo das intenções. Quando o presidente
Obama chegou ao poder em janeiro de 2009, chegou a firmar uma ordem
executiva para o fechamento, no prazo de um ano, do tristemente
famoso centro de detenção. Sete anos depois, Guantánamo continua
aberta.
Neste início de
2016, Obama em seu sétimo e último discurso do “Estado da Nação”,
no Capitólio, ele mais uma vez defendeu o fechamento da prisão. Se
desta vez terá exito é difícil prever face a forte resistência
interna a esta medida. Enquanto isso, dezenas seguem detidos sem que
lhes seja garantido qualquer julgamento, em uma condição de
flagrante violação dos direitos humanos.
Defender o fim da
prisão de Guantánamo é uma posição que qualquer pessoa que se
julgue democrática e que valorize a defesa dos direitos humanos deve
ter. A pressão internacional deve seguir para que seja desativado
este centro de interrogatórios ilegais e torturas na base de
Guantánamo. Além do fim desta prisão, cabe a pressão pela
devolução do território onde hoje está instalada a base militar
norte-americana de forma incondicional a Cuba, terminando com a
prepotente e juridicamente insustentável usurpação de território
cubano, que dura já mais de um século.
Nenhum comentário:
Postar um comentário