"Hoje partiu o homem que protagonizou a revolução mais ousada e corajosa da história americana.
Filho de um dos três dos maiores proprietários de terras em Cuba e estudante de Havard, este homem poderia ter compactuado com o cassino para turistas milionários estadunidenses que Cuba, sob o comando do ditador Fulgêncio Batista, transformara-se.
Cuba foi o único país latino-americano a compor o Movimento dos Não-alinhados, liderando o discurso terceiro-mundista e projetando globalmente uma pequena ilha como resistência à mudança do império europeu para o estadunidense.
Não por acaso, este homem sofreu mais de 600 tentativas de assassinato pelos EUA. Revoluções dificilmente sobrevivem às injustiças que a manutenção do poder promove e aos desvios de seu ideal original. O legado da Revolução Cubana é o da resistência e de seus limites, diante das adversidades e isolamento.
As contradições do seu projeto serão fartamente exposta pela mídia global capitalista e "democrática".
Cabe agora, neste momento, destacar o símbolo, mais do que o homem, de um projeto político que buscou um caminho alternativo, não-alinhado e soberano. Olhar para os países vizinhos e em condições geográficas similares a Cuba, para constatar os muitos avanços que a Revolução Cubana promoveu para sua gente.
Justamente no ano que representa a volta da extrema-direita no mundo, a gente segue por aqui esperando que a humanidade que a Revolução Cubana tentou construir não seja esquecida e destruída pela ditadura das falsas democracias sob a hegemonia sem adversária do capitalismo.
Obrigada por existires na contra-história da resistência colonial ao imperialismo ianque. Vai em paz Fidel Castro: descansa e mata a saudade do Che."
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